DANÇATERAPIA

 DANÇATERAPIA

                                         
 Vamos utilizar , aqui, da definição exposta no site do Centro Brasileiro de Dançaterapia, que por sinal bem clara:

                               Dançaterapia é uma abordagem corporal, voltada ao conhecimento pessoal que estimula o movimento criativo e a espontaneidade do corpo, motivando a comunicação e a integração entre as pessoas, procurando oferecer-lhes confiança para transformar o eu não posso por uma nova atitude do corpo que diz: Sim, eu Sou Capaz. 


                             Fundamentada na metodologia criada pela bailarina argentina María Fux e na transpessoalidade, a Dançaterapia busca utilizar os recursos artísticos, educacionais e terapêuticos da dança para encontrar as pessoas e auxiliá-las a descobrir caminhos, superar os desafios e viver mais felizes. 
 
                     Através do trabalho criativo e a conexão com a natureza e o cosmos, a Dançaterapia busca preservar a energia e o equilíbrio do ritmo interno do corpo, vindo beneficiar e integrar pessoas de todas as idades, portadoras ou não de necessidades especiais. Sua prática regular estimula as potencialidades que todos têm mas que estão escondidas - despertando áreas adormecidas em todo o corpo e oferecendo infinitas possibilidades de criação, expressão, e emancipação do ser humano. Como recurso complementar, a Dançaterapia vem desenvolver a consciência do corpo, suas possibilidades (habilidades e talentos) e seus limites. 

                                Dançaterapia é convivência. Cada encontro de Dançaterapia é como cada momento da vida em que o novo sempre está presente num contínuo processo de transformação e desenvolvimento do movimento criativo. Onde emoções e sentimentos humanos, como medo, raiva, tristeza, culpas, angústias vão aos poucos sendo transformados em prazer, alegria, esperança, ternura, aceitação e compreensão, sempre estimulando mudanças positivas naqueles que a praticam. 

                              Em Dançaterapia trabalha-se o movimento para transformar a rigidez do corpo em elasticidade. Procura motivar a alegria e a vontade de viver, visando atender às necessidades das pessoas na busca por uma qualidade de vida melhor. Trabalha o prazer, a concentração, a paciência, o acolhimento, o respeito às diferenças e a ternura com profundidade, sendo a Dançaterapia um caminho que leva ao auto-conhecimento, à meditação e ao relaxamento. Utiliza a dança para sair do isolamento e para aceitar as diferenças, resgatando a diversidade e a autenticidade num mundo marcado por estereótipos e padronização de estilos, formas e gestos. Na contramão da massificação da cultura, o movimento desenvolvido na Dançaterapia se renova constantemente, transformando a dança em exercício de humanização, espiritualidade e compreensão entre os indivíduos. 
                          
                                  Através da integração a Dançaterapia busca o prazer de viver e por meio de um diálogo corpóreo abre possibilidades de novos caminhos que auxiliam as pessoas a conviver e a lidar melhor com diferentes situações como ansiedade, desequilíbrios, falta de auto-estima, timidez, obesidade, stress, medos, depressão, isolamento, problemas de relacionamento, distintas deficiências como surdez, problemas motores, de visão, Síndrome de Down, paralisia cerebral entre outros. A conscientização e a auto-descoberta desenvolvidas na Dançaterapia fazem com que o indivíduo desperte para possibilidades ainda não percebidas, criando num novo olhar sobre si mesmo. Um olhar de criança frente ao novo, melhorando a qualidade de vida interna do ser humano e integrando-o na sociedade aonde vive. E onde a experiência e a contribuição de cada um revelam o respeito, a auto-aceitação e a beleza do movimento. 


                                          DANÇA DO VENTRE COMO TERAPIA

                            
                  Vivenciamos inúmeras experiências pedagógicas que indicam a abordagem da saúde mental e sobretudo sexual, no âmbito da educação pela dança. A dança do ventre é uma maneira clara, simples, direta e ampla para trabalhar a saúde de um grupo.
   
                              Essa dança é flexível e sistemática e permite o entendimento de conteúdos e situações diversas que ocorrem com o corpo e a mente. A dança , de um modo geral, é extremamente importante como meio de diálogo, de reflexão e de possibilidades de revisão de conceitos, pois o respeito a si próprio e ao outro está presente em sua prática, que traz aprendizados que podem levar a transformações, reafirmações, concepções e princípios, na busca de uma construção mais significativa de nosso código de valores. 

                               Salientamos que nem todos nós estamos dotados de sensibilidade nos nossos movimentos (referindo-nos ao sentido mediante o qual percebemos o esforço muscular, o movimento e a posição no espaço). Assim sendo, praticando a dança, é possível adquirirmos sensibilidade e, conseqüentemente, uma compreensão melhor de tudo que nos cerca. Entendemos que, por meio do som da música, tratamos de refinar nosso sentido de audição; mediante a interação de cores e formas na arte, procuramos refinar nosso sentido da visão; e; mediante a dança, procuramos refinar nosso sentido cinestésico.
 
                                Assim, estimular nossas reações sensoriais é particularmente importante, mas como fazer isso pode constituir-se em problema, daí a necessidade de orientação para o desenvolvimento da capacidade de diferenciar uma crescente variedade de matizes mais delicadas nas sensações, ou, inclusive, uma única sensação .Esses elementos favorecem-nos a expressão e liberação do corpo e da mente, levando à busca da auto-valorização e do sentido positivo da vida.

                                Toda pessoa que tenha perdido o uso de um de seus sentidos estará incapacitada para refinar essa faculdade, já que não há nada que se possa refinar. O fato de que os outros sentidos tendem a compensar essa perda, demonstra que as sensações recebidas são resultados de uma combinação de diferentes impressões sensoriais, e a dança pode ser um fator importante nessa combinação, na busca da compensação da referida perda e, ainda, da liberação das tensões acumuladas, bem como possibilita a livre expressão corporal e a expansão saudável da sexualidade humana.


                                   Dessa forma, é extremamente importante a prática da dança também no sentido educativo, já que a cinestesia (básico, junto com a contribuição de todos os outros sentidos) tem oportunidade de abrir uma porta que possibilita a auto-educação, o auto conhecimento e a autoconsciência num meio social e objetivo. Isso não será possível, porém, sem um processo consciente e uma compreensão intelectual dos elementos implicados. 

                                   A sensibilidade cultivada para o movimento e sua percepção é parte necessária de nossa capacidade de nos relacionarmos com nós mesmos, com o mundo e com os outros. Ao dançar, podemos experimentar relações em que se realça a consciência de si mesmo e dos demais. O sentido de prazer que a dança pode nos oferecer, ajuda-nos a achar harmonia e adquirir maior sentido de pertinência. Com esse fim, nosso impulso interior para o movimento deve se vitalizar e orientar-se para uma expressão plena e estruturada pela dança, em especial a dança do ventre, melhorando, assim, a saúde física e mental. 

                                   Essa dança, porém, não pode ser vista como um mero exercício: ela faz parte de uma tradição muito antiga, ligada ao culto da terra e do útero poderoso da deusa. Os procedimentos da dança do ventre são sérios e merecem respeito das coisas transcendentais e sagradas.
 
                       Conhecida há 6 mil anos, a dança do ventre surgiu, ao mesmo tempo, no Egito, na Mesopotâmia e na região do Pacífico. Pela necessidade de oferecer um ritual totalmente dedicado às deusas Isis (no Egito), Isthar e Inana (na Mesopotâmia), nos templos, durante as festas religiosas, surgiu essa dança, também usada na iniciação sexual das jovens e na preparação do parto. 

                                   A dança pode ser feita por pessoas de todas as idades, não importando o tipo físico, estado civil nem a religião. A dança do ventre é ligada ao rito de fertilidade, é a modalidade de dança que melhor simboliza a essência da criação, onde se agradecia o milagre da vida, louvando, com dança e oração, o prazer, o nascimento e a sensualidade feminina. Apesar de ter ficado conhecida como uma dança originária da Arábia, ela foi criada como ritual de fecundidade há sete mil anos, por sacerdotisas egípcias.

                                  Nesse tempo, era uma dança secreta e muito importante, só sendo realizada pelas altas sacerdotisas, mulheres importantes e respeitadas na cultura egípcia, sendo proibida a apresentação em público. Com o tempo, foram permitidas apresentações em palácios, e foi aí que a população tomou conhecimento da dança do ventre.
 
                       Com a invasão árabe e a conseqüente mistura de culturas, a dança do ventre foi disseminada pelos outros países, graças à tradição de viajante e mercador, do povo árabe. Como dança milenar, é uma dança profunda, não merecendo que seja vista com vulgaridade ou banalidade. 

                                   No início, a dança do ventre era um ritual sagrado, praticado por sacerdotisas em honra ao deus Rã (SOL). Os movimentos dos braços eram inspirados nos animais, em especial o falcão, e o ventre permanecia exposto. A intenção não era seduzir, mas, sim, exaltar as energias da criação, concentradas no útero. No século XVIII, o imperador francês Napoleão Bonaparte invadiu o Egito e ficou encantado com a dança do ventre. Desde essa época, a dança do ventre vem se fortalecendo como prática alternativa, devido a seus vários benefícios físicos e mentais.
                          Como terapia, faz com que os movimentos dos músculos do ventre massageiem os órgãos internos, regulando o metabolismo e melhorando a circulação. Os movimentos trabalham os vórtices energéticos do corpo. Em uma aula de nível adiantado, perdem-se 200 cal.
 
                                     A praticante passa por uma revitalização, a consciência do próprio valor cresce, desenvolvem-se senso de dignidade e auto-estima. Estando despertos, os sentidos do corpo conduzem à melhoria da saúde, beneficiando pernas e órgãos internos. A pessoa sente-se valorizada depois do contato profundo com suas raízes.
 
                                   No plano emocional, a dança do ventre atua na transformação das emoções , incutindo, em seu ser, mais feminilidade, mais leveza, mais suavidade e beleza, ao mesmo tempo em que trabalha a confiança e a segurança.
 
                        A dança trabalha o desbloqueio de sentimentos reprimidos, ajudando a pessoa a liberar verbalmente seus temores, e, no plano mental, o raciocínio torna-se mais ágil, estimula a memória e favorece maior concentração da atenção, despertando a consciência para o momento. 

                                    Mais alguns benefícios que a dança do ventre traz para a saúde física e mental: os exercícios de ondulações e alongamento aumentam a flexibilidade dos músculos, ajudando no controle da ansiedade e outros transtornos psíquicos e melhorando, também, o processo digestivo. Os movimentos circulares e ondulados do corpo, dos braços e das mãos, com contrações e relaxamentos musculares, realizados com o auxílio de músicas de ritmos lentos e suaves, provocaram diminuição da pressão sanguínea e do ritmo respiratório, o que, possivelmente, leva as pessoas a terem reações no metabolismo, as quais se traduziram em um meio efetivo de combate à hipertensão e à enxaqueca.
 
                         Os exercícios de dança do ventre possibilitam o relaxamento do corpo, resultando numa sensação de bem-estar, o que, provavelmente, está associado à liberação de serotonina pelo organismo. Outro fato que pode estar associado à prática de dança do ventre é a própria defesa do organismo.
                                      A partir do seu contato com a Dança do Ventre, uma nova subjetivação é construída por uma outra "verdade" que recupera a sua essência perdida.
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